29 de outubro de 2012

em barcelos a crise atinge também os mortos




há uns anos que os vivos de panque, barcelos andam a prometer obras no seu cemitério.
talvez por ser mais importante uma inauguraçãozinha num largo qualquer, a obra necessária para os mortos foi sendo sempre ultrapassada por algumas desnecessárias para os vivos.

panque já tinha sido noticia há uns tempos porque durante o restauro de uma igreja da freguesia (são martinho, mondim) ali tinha sido descoberto uma antiga necrópole bastante activa na idade média.
como tem acontecido muito por barcelos, as intervenções feitas ficam pela obra de fachada num momento para depois caírem no esquecimento e na degradação total, que era como estava essa necrópole nos últimos anos (não sei exactamente como andará agora que não ando por barcelos há uns 2 anos).
já aqui falei algumas vezes do abandono total do castelo de faria, mas esta necrópole só não é tão grave porque, de facto, a sua importância é bastante reduzida comparativamente ao castelo, determinante na fundação de portugal enquanto nação independente.

hoje, panque voltou a ser notícia pelos seus mortos.
é que o cemitério de tão ocupado que está, tem agora os seus mortos a ser enterrados nos passeios do dito.
não sei exactamente como os vivos chegam agora às campas dos mortos, ja que os passeios têm mortos também, mas provavellmente os mortos têm tempo para esperar
a verdade é que se para os vivos as coisas não andam fáceis por barcelos, para os mortos não andam melhores.
a diferença é que que aos mortos já nada lhes importa.



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