23 de setembro de 2010

A idade da reforma: notas soltas

Convidaram-me ontem para uma cerimónia de homenagem aos professores das escolas do concelho. Lido o programa, verifiquei ser a mesma exclusivamente dedicada àqueles que, no presente ano, se tinham reformado. Ao ver os homenageados chegar ao palco apercebi-me, com alguma apreensão, serem muitos dos presentes - vi no grupo amigos de outros tempos - pessoas que, por “vias normais”, para utilizar um chavão, ainda teriam pela frente muito tempo de vida activa. A opção certamente lhes terá trazido considerável corte financeiro. Os discursos dos participantes da mesa foram, na generalidade, de preocupação , provavelmente por terem visto pessoas de aparência relativamente jovem e de dedicação por muitos reconhecida (os pais também se manifestaram nesse sentido) a despedirem-se em definitivo da escola, das crianças e dos jovens. Partiu a nota algo discordante da representante do ministério, com referência ao facto de ser 2011 o ano do voluntariado, tendo deixado o apelo àqueles professores recém-reformados para que não deixassem de dar aulas em regime de gratuitidade. A título pessoal, afigurou-se insólito o pedido : já não falando em questões de civilidade de acordo com as quais ninguém se deverá sentir bem a retirar postos de trabalho (ou a gerar horários muito incompletos) para tantos dos recém-licenciados no desemprego, revelou-se contra-senso o facto de se pedir a quem decide pôr fim a uma profissão com acentuada penalização financeira que volte a ela sem remuneração. E tudo isto acabou por ser associado às movimentações que, uma vez mais, se verificam hoje por França onde se protesta contra o prolongamento da idade da reforma dos 60 para os 62 anos. Por cá a fasquia afigura-se bastante diversa.

2 comentários:

Luísa disse...

Claro... borlas é do melhor... isto há cada uma... Eles inventam de tudo para não pagarem a quem trabalha... Nem sei se chore, se ria com uma situação dessas... :s

teresa disse...

É isso, Luísa, desplante ou falta de VC (vergonha na cara) como costumo dizer... e o tinypic pregou-nos a partida, estamos sem muitas das fotografias dos posts...