29 de julho de 2010

A lição de Salazar

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Hoje, 27 de Julho de 2010, faz 40 anos que morreu Salazar.
Mantém-se um silêncio hipócrita sobre o que representou o Estado Novo para a sociedade portuguesa.
A sociedade portuguesa não fez a necessária catarse sobre este período histórico marcado pelo colonialismo, o fascismo, a guerra, o obscurantismo cultural.
São 4 décadas de regime ditatorial ao serviço de interesses económicos, de ilegalidades, de corrupção, de jogos de influência, de assassinatos, de medo, de imprensa controlada, de inúmeras situações que, à imagem dos dias de hoje, se mantêm impunes, por julgar ou simplesmente por analisar. Falta fazer a análise histórica da criação do capital financeiro actuante em Portugal e a sua reminiscência aos interesses económicos do Estado Novo.
Inquieta-me verificar a impunidade reinante nos dias de hoje para as mesmas situações de corrupção, de jogos de influência, de diversas ilegalidades, da imprensa controlada. E mais me inquieta ver o regime em crescente devoção aos interesses financeiros e económicos instalados.

Imagem retirada em http://sol.sapo.pt/photos/olindagil1/images/636069/489x375.aspx

5 comentários:

Julio Amorim disse...

"ao serviço de interesses económicos, de ilegalidades, de corrupção, de jogos de influência..."

E também aplicável aos 14600 dias que já passaram....

carlos disse...

ultimamente apareceram muitos livros sobre o assunto.
alguns deles com um carácter, digamos para simplificar, revisionista, sobre o papel do salazar na história recente de portugal.
talvez ainda seja cedo do ponto de vista 'histórico' para fazer a história, mas não há melhor altura para escrever e deixar para as gerações futuras que quando ainda está vivo quem viveu ao mesmo tempo que ele.

a ele voltarei, que agora é tempo de banhos e não será o merceeiro de santa comba a tirar-me esse prazer...

Miguel Gil disse...

Carlos, claro que não vai ser 'o merceeiro de santa comba' a retirar-te o prazer de uns bons banhos. Boas férias.

Anónimo disse...

Caro Miguel Gil,

nunca, como hoje, se escreveu de forma objectiva e descomplexada sobre o consulado de Salazar, sobre a figura histórica do estadista, as particularidades da personalidade que o animou e espelhou a sua política. Vá a uma livraria e verá, pelo menos, uma meia dúzia de títulos novos sobre o tema. O que discordo do seu post, e discordo-o terminantemente, é que o assunto esteja adormecido ou indiferente para a histografia moderna. O que há, sim, em grandes quantidades, são as ideias fáceis, orientadas e doutrinárias sobre este período que os políticos actuais se servem a seu belo prazer e interesse. O que descreve desse tempo é contrariado, em algumas afirmações do seu post, por trabalhos muito credíveis e irrefutáveis pela qualidade da investigação que têm vindo a lume. Contudo a sua descrição é muito perfeita dos tempos que vivemos hoje!

Miguel Gil disse...

Meu caro anónimo, o meu post não é sobre a biografia de Salazar ou sobre a história política do Estado Novo, de facto sobre isso tem saído algumas obras. É sobre a Lição de Salazar, i. é, o que falta contar sobre os que fizeram fortuna com o regime fascista e como a fizeram.
Pode ter-me escapado alguma leitura e agradeço que me indique o título da obra que exponha de forma clara os actos que durante a ditadura estiveram na base da criação e crescimento do capital financeiro que hoje se apresenta como asséptico.