29 de março de 2010

Pudim de Morangos

Boa noite T, Teresa e demais colaboradores dos Dias que voam.
Uma sobremesa diferente para o Domingo de Páscoa, escrita em 1867 pelo punho de Branca Izabel de Souza Pereira Bastos, dona de uma belíssima caligrafia:

Image and video hosting by TinyPic

"Pudim de Morangos
Tres quartas de morangos cosidos, depois de esfriarem vae-se-lhes botando farinha, mechendo até prender, um arratel d' assucar em fios de voar, uma quarta d' amendoa pisada, doze gemmas d' ovos e põe-se ao lume a apertar até ficar em boa consistencia, depois bota-se á forma."
E já está! Não deixa de ser uma aventura pôr em prática estas receitas, até porque o forno seria a lenha. Vou começar com meia dose, assim minimizando eventuais prejuízos (para o bolso ou para a linha).
Um beijinho,
Carla Jané

12 comentários:

teresa disse...

Parece ser delicioso, logo que experimentar a receita darei informações com direito a fotografia, caso fique apresentável. Obrigada, Carla. Beijinho.

Makangsi disse...

Se alguém puesse por em medidas actuais agradecia :)

T disse...

Muito obrigada querida Carla. Devem adivinhas:)
Beijinhos

António Lino disse...

Esta receita comporta três adivinhas: quarta, arrátel e fio de voar. Não querem tentar adivinhar? Faz parte da aventura...
Logo envio-vos outra, para aproveitar as claras.
Um beijinho,
Carla

teresa disse...

Arratel: 459 gramas

Uma quarta, depreendo que seja 1/4 de litro, ou seja, 2,5 dl, será?

Já o 'fio de voar' soa-me a linguagem poética:)

Beijinho

Anónimo disse...

a quarta, tanto quanto me lembro de quando era miudo e trabalhei algumas vezes na mercearia por baixo da minha casa em queluz, são 125gr.
esta coisa sempre me fez muita confusão, até ter chegado à conclusão que o nome deve vir da libra peso que durante muito tempo era também usada em portugal.
o arratel não anda longe desse peso.
a quarta será isso: uma quarta parte do arretel ou da libra.
em qualquer dos casos, quando me pediam uma quarta de açucar, saíam 125gr dentro dum cartuxo

António Lino disse...

O Anónimo tem razão: a quarta corresponde à quarta parte do arrátel, que a generalidade das nossas bisavós arredondou para as 500 gramas. Já o fio de voar, fia fino. A páginas tantas, quem não tem termómetro terá que soprar a calda de açúcar e rezar para que se formem pequenas bolhas esvoaçantes. A poesia não é isenta de perigo, Teresa... Com tantas incógnitas (para mim o fio de voar permanece um mistério) será que temos sobremesa?
Um beijinho,
Carla

Anónimo disse...

o fio de voar é uma expressão que ainda se utiliza no brasil para definir esse ponto de açúcar.

o ideal será consultar alguma brasileira especialista em doces que ela explica a coisa...

Anónimo disse...

Aqui: o 'de voar fraco' e o 'de voar forte', o que ainda torna esta mestria de pontos de açúcar ainda mais exigente:
http://www.docesregionais.com/calda-e-pontos-de-acucar/

teresa

Anónimo disse...

daí a enorme vantagem dos termómetros digitais para obter os pontos de açúcar...
:)

António Lino disse...

Fiz ontem o pudim, com meias doses. Ficou com a consistência de um doce de colher, vagamente parecido com o recheio das azevias. Bati as claras em castelo, misturei-as com frutos silvestres (metade de uma embalagem congelada) e um pouco de açúcar e passei o "merengue" pelo forno, até dourar. Acompanhou lindamente o pudim e salvei as claras! Quem provou aprovou, espero que gostem também.
Um beijinho,

Carla

teresa disse...

Obrigada pelas sugestões, Carla.

A do merengue com frutos silvestres parece deliciosa. Ainda não será desta a experiência, pois a doçaria conventual (com todos aqueles ovos, amêndoa a gila) fez parte quase diária destes dias de Páscoa...

Ficará a receita para daqui a umas semanas (e não sei se com direito a fotografia, dependerá do aspecto).

Beijinho