19 de março de 2010

das vantagens da arrumação


arrumar coisas tem algumas vantagens:
ajuda a tê-las arrumadas (afinal a primeira finalidade da coisa) e arruma-nos a nós (na verdade a sua maior utilidade)
mas também, nalguns casos, relembra-nos muito do que já tínhamos esquecido e leva-nos a fazer alguns balanços da matéria dada.
nas últimas semanas tenho-me dado ao trabalho de arrumar, primeiro os cd's, e agora os vinis e consequente arranjo do prato leitor dos ditos.
arrumar discos não me é uma tarefa fácil.
primeiro que tudo pelo critério a adoptar, depois pelo encaixe de alguns discos ou de alguns autores num determinado grupo e finalmente o que fazer a gente que faz discos completamente fora do seu 'estilo' habitual.
os critérios são sempre discutíveis, mas o principal é tornar fácil o acesso ao que procuramos.



arrumar em duas semanas sucessivas os cd's e os vinis levam a comparações.
resisti ao cd's o mais que me foi 'auditivamente' possível e até que alguns discos começaram a ser editados exclusivamente em cd.
os primeiros foram a dupla lucky town e human touch, ambos publicados pelo bruce springsteen no mesmo dia nos idos de 1992 (estranhamente, o último vinil da lista é working on a dream, o último disco do mesmo bruce)
ainda assim, depois de 1992 apenas comprei uma meia dúzia de discos de vinil.
existe, no entanto, uma espécie de 'corte epistemológico' na minha discoteca: um bloco até ao começo dos anos 90 e um outro depois disso.

a primeira impressão agradável é que não encontrei nenhum disco por mim comprado que olhe para ele e maldiga o dinheiro dado, me ria do gosto, ou tenha vergonha de o mostrar em público.
a segunda, é que uma das minhas regras para me aproximar de discos que desconheço: olhar para a ficha técnica, produtor, músicos de estúdios ou autores das músicas, me pareceu sempre um modo avisado de o fazer e com imensos bons resultados (é recente a possibilidade de ouvir os discos antes de os comprar)
grosso modo, se um músico que desconheço totalmente, escolheu como seus músicos de suporte ou para seu produtor alguém que eu respeito, é sinal que o seu gosto não andará longe do meu.
mas não existem diferenças fundamentais: desaparecem uns nomes porque deixaram de editar, mas o estilo continua em cd com outros das mesmas áreas e o espaço dedicado a cada uma das cerca de 15 divisões da coisa é sensivelmente o mesmo em vinil e em cd (com a excepção do pop/rock a perder muito fôlego).

o que é isto vos interessa?
nada. imagino eu.
para além do facto desta arrumação vos fazer levar com não sei quantos textos sobre os discos que voltei a ouvir durante estas duas semana...

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