25 de fevereiro de 2010

Bibliotecas para maiores de 18 anos

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Em Junho de 1970 um estudante de 17 anos queixava-se por não ter sido autorizado a entrar na Biblioteca Nacional. Embora em 1970 qualquer jovem pudesse ser voluntário das Forças Armadas a partir dos 16, na Biblioteca Nacional só entrava a partir dos 18 anos.
E aqui se transcrevia um despacho interno que assim o postulava, com uma única excepção a de quando os menores provassem estar a frequentar um curso superior.
Assim era há 40 anos, já na Primavera Marcelista. Afinal os livros foram sempre um risco para o poder politico. Muito mais perigosos para os jovens, do que qualquer Guerra Colonial.

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10 comentários:

Luísa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luísa disse...

Há uns anos vi uma cena parecida, acho na série "Irmãos de Arma". Uns quantos soldados estavam numa trincheira, um saca de uma garrafinha de whisky e começa a passar aos colegas. Chega a um que diz: "Não posso beber porque não tenho idade". Outro diz: "Pois não têm idade para beber mas podem vir para a guerra." E eu fiquei chocada,porque tinha pensado em guerra por muitos prismas e nunca por este. Apesar da importância do whisky ser bem diferente da de uma consulta de livros, a hipocrisia, a incongruência e mais não sei o quê são exactamente as mesmas. E se a série representou a II Guerra Mundial e isto se passou uns anos mais trade... quer dizer que a história se repete, ainda que com outras nuances, quer nós queiramos, quer não! Ainda que fossem como o Camões, que tinha a espada, mas também tinha a pena, talvez desse para safar alguma coisa!!

RetalhosNaVidaDeUmProf disse...

Mas olhem que essa proibição se manteve ainda por mais uns anos após o 25 de Abril. Ainda me lembro de ter sido impedido de entrar na Biblioteca Nacional em 1979, por ainda não ter os 18 anos de idade.

UMA TRISTEZA!

anad disse...

Acho muito boas as notícias do seu blogue. Vou voltar sempre.
Anad

T disse...

Achei o mesmo Luísa. Tinham o direito a matar e a serem mortos, mas não a frequentarem a BN. Estranho critério.

T disse...

As mudanças processam-se devagar. E o poder dos livros ainda inquietava como inquieta muita gente.

T disse...

Obrigada Ana, em nome de todos:)

Gin-tonic disse...

É mau os homens terem ideias, já dizia Bertold Brecht.

Ana Maria disse...

Mas vcs não vão à BNP ´há muito tempo ou estão a ficar velhos, (como eu).
Ainda o mês passado precisei de lá passar só para consultar um periódico e o meu filho de 15 anos não foi autorizado a ultrapassar a cancela. Teve de ficar à porta, à espera!
Mas os outros é que eram fascistas e não gostavam de livros... Pelo menos a BNP tinha o dobro do pessoal, os livros em óptimo estado de conservação e as instalações num brinco. Agora parece que andamos no meio de ruínas e, como ninguém restaura os livros, vai tudo para o depósito de onde não sai.
E nem vos digo o preço das cópias para não se assustarem! Bem digo só de uma: precisava de uma digitalização de uma fotografia e pediram-me quinze (15) euros!
Viva o serviço público da república democrática!

J. disse...

ainda é assim!