25 de janeiro de 2010

Vinte razões para ler um livro

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Uma bela leitura de fim-de-semana, pois um texto que a brincar ‘diz’ coisas sérias é sempre bem-vindo.
E assim regressei a tempos em que, com um livro à frente, dava umas boas gargalhadas (desta vez sem testemunhas, embora isso já tenha acontecido em transportes públicos).
Tentando não ser exaustiva, aqui vai uma ideia geral de um livrinho para uma convidativa tarde de sábado.
Como dez razões para odiar o nosso tão especial país (nunca utilizo propositadamente a expressão este país dado ser também o meu) o jornalista António Costa Santos aponta as seguintes: 1. O país dos queixumes; 2. A falta de auto-estima; 3. O desinteresse pela cidadania; 4. A resistência à mudança; 5. A mania dos doutores; 6. O caciquismo; 7. A burocracia; 8. O desprezo pelo rigor; 9. A inveja por desporto; 10. A impunidade da incúria.
Razões para o grande e eterno amor por este torrãozinho serão as seguintes: 1. A tolerância e a delicadeza; 2. O desenrascanço; 3. O voluntarismo; 4. O verbo arranjar; 5. A língua-pátria; 6. A inocência; 7. Hospitalidade e generosidade; 8. As nossas crianças; 9. Os comes e bebes; 10. A paixão pelos versos.
E para deixar um aperitivo a quem se interessa pelo tema e pelo estilo, aqui vai em primeiro lugar uma das ‘notas negativas’ dadas pelo jornalista e, de seguida, uma das suas avaliações positivas:

A inveja por desporto (excerto)
O senhor professor tem a certeza de que casaco em francês se diz 'casaque'? A minha prima, que vive em Paris, acho que diz 'manteau'… Mas também se pode dizer 'casaque'. Olhe lá, venha mas é aqui à secretária mostrar-me o seu caderno, para eu verificar se também sabe tanto de francês quando toca aos trabalhinhos de casa. Ou seja, para não se armar em esperto.
Aprendemos que não se deve ser saliente. Quanto mais normativo, mais fácil é viver, sobreviver e chegar a uma posição. As posições em Portugal são para os espertos, que não fazem ondas […]


Os comes e bebes (excerto)
Come-se que é uma maravilha em Portugal. Não é só nos restaurantes mais célebres, como nos mais ignotos e na generalidade das casas particulares, se descontarmos os lares em que anda tudo a fazer pela vida e só há tempo para mandar vir uma pizza. Mas, mesmo nesses, quando o stress abranda, ou fazem ponte no escritório, registam-se patuscadas que podem atingir o puré com almôndegas para as crianças, enquanto os adultos se atiram a umas favas com chouriço mouro que… que já iam.
António Costa Santos, 10 Razões para Amar e Odiar Portugal, Guerra e Paz, Lisboa, 2009

5 comentários:

Julio Amorim disse...

Na lista do amor falta lá as PRAIAS....porque sem esse tubo de escape, hummm....

Luísa disse...

Apoiado! As praias... que saudades!!!
E o factor comida!!! Sem dúvida. Por muitas voltas que se dê por esse mundo... só aqui se come assim!!!

teresa disse...

Estou de acordo com ambos, eu também seleccionaria as praias (mesmo as de água gelada).

Quanto à comida... mesmo em países de boa gastronomia, ao fim de uns dias fora de 'casa' sente-se a falta do 'sabor a Portugal':)

Anónimo disse...

na próxima edição, entram as praias. como é que me fui esquecer de uma coisa tão boa?! :) abraço. António Costa Santos

teresa disse...

Não foi por acaso que as praias foram destacadas por visitantes que não se encontram no país. Terá sido a distância a reavivar a memória do cheirinho a mar e dos longos dias de Verão.
Abraço e cá ficamos à espera do novo livro:)