29 de dezembro de 2009

permitindo-me discordar no nosso caríssimo gin

até regresso para um breve postagem


o nosso gin é especialista em natais, e nisso jamais o contrariaria...
no entanto, o nosso gin tem também umas contas antigas a ajustar com o senhor robert zimmerman.

eu também tenho muitas contas antigas a ajustar com muita gente e por isso acho que sei do que ele fala.
mas como acho que as minhas contas com o bob dylan sempre estiveram em dia (quando ele se ligou à electricidade fez um dos melhores albuns de sempre, blonde on blonde; quando se entregou às diversas religiões a que se entregou, eu como ateu acho que ele tem todo o direito a isso, já que não deixo de gostar do monteverdi só porque ele canta à virgem, e por aí adiante: sempre contas em dia com o senhor)

alguém que tem uma carreira de quase 50 anos tem, necessariamente, altos e baixos.
no caso do bob dylan os altos são inacessíveis para o comum dos mortais e os baixos são bem melhores que os altos de muito boa gente.

pessoalmente, penso que nos últimos anos, especialmente depois dos anos 90 com o fabuloso good as i been to you ou com o não menos excelente time out the mind, bob dylan mostrou uma consistência absolutamente única e de excelência.

com este album de canções natal, bob dylan faz os seus direitos irem parar às mãos de duas organizaões não governamentais (world food programme e a crisis), sem alaridos e sem maozinhas de crianças a acenar nos videoclips.
mas como estavamos a falar de música e não de questões acessórias mais ou menos importantes, este album de natal mostra-mos dylan igual a si mesmo:
incapaz de cantar uma canção duas vezes da mesma maneira, fazendo com que algumas vezes tenhamos muita dificuldade em as reconhecer sem ser pela letra, coisa nem sempre muito clara na sua voz... dylan enfurece sempre imensa gente nos seus concertos.

eu que não sou de canções de natal, acho este um disco bastante audível e altamente recomendável.
e como de costume, deixo-vos com duas amostras distintas de como podem ser as canções de natal:

para a desbunda:



ou bluesy, como só os bluesmen sabem deixar que seja:



last, not least, caro gin:
acho que deves voltar a ouvir este belíssimo disco.
de preferência bem alto
e gozar

1 comentário:

Anónimo disse...

imparato molto