29 de outubro de 2009

OS CINEMAS TAMBÉM SE ABATEM

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O cinema, para além dos filmes, é um nicho de recordações que não morrem.
Daqui a lembrança, a ternura pela avó, que o levava ao “Odeon” para ver os filmes da Marisol, do Joselito, da Sarita Montiel.”
O “Odeon”, projectado por Guilherme Soares, situa-se na Rua dos Condes, em frente do “Olumpia” , ao lado do “Condes”, perto do Ateneu Comercial de Lisboa.. Há largos anos que se encontra encerrado, apresentando um aspecto degradante, omde ressaltam os vidros partidos, um autêntico crime. Diversas tentativas têm sido feitas para recuperar o “Odeon”, mas todas elas sem qualquer resultado…
Segundo Jorge Silva Melo, no seu livro “Século Passado”, o “Odeon”é “uma autêntica sala de cinema, com foyers, varandas, balcões, écrans e aquele tecto de abrir em pau-brasil, tecto de verbena, de opereta”.
Ainda o Jorge Silva Melo: “Abram-me o Odeon! E eu acrescentaria: em memória das vítimas do cinema, dos que acreditaram nos amores eternos e nas promessas de um beijo, em memória das mulheres que acreditaram nos amores eternos e nas promessas de um beijo, em memória das mulheres que nessa sala choraram e se consolaram por tanto lavarem a louça das patroas".






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Em 30 de Setembro de 1927 o “Odeon” abria as suas portas ao público com a exibição do filme mudo “Viúva Alegre” de Eric von Stroheim, acompanhado de uma orquestra.
Ir ao “Odeon” não era a mesma coisa que ir ao “Monumental” ou ao “Tivoli”, mas foi no “Odeon” que se estrearam os sucessos populares do cinema português tal como os filmes  de Pedro Infante.
Novamente Jorge Silva Melo: ”Deixávamos aquela sala para as criadas de servir que lá iam aos domingos, como quem lia o folhetim do Tide, aquele irrepetível som de depois do almoço nas traseiras dos prédios, e iam. Qualquer que fosse o filme, chorar com mães solteiras, filhos de desencontrados, alcoólicos regenerados, essas coisas a que se chamavam destino”.

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O programa de Outubro de 1976 refere uma reposição de “Rebecca”, filme de Alfred Hitchcock, com Lawrence Olivier, Joan Fontaine, George Sanders e a sua exibição não era aconselhável a menores de 13 anos.
A abrir o programa a exibição de um desenho animado hungaro, “Canto de Yeti”, um documentário sobre Hitchcock e o público era avisado que, em cada sessão, só existia um intervalo.

3 comentários:

Julio Amorim disse...

Um verdadeiro crime ter este Cinema naquele estado. Mas a luta continua....

http://novoodeon.tripod.com/

Anónimo disse...

Infelizmente... lamento IMENSO!!! Mário

Jorge Tomé Santos disse...

Foi no Oxeon que vi pela 1ª vez o REBECCA e julgo que tenho o programa por aí algures.