31 de outubro de 2007







Corneille desenhou e Appolinaire disse.



Concorda senhor Réprobo?



Clicar na imagem para ampliar:)
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Para o rapioqueiro:
Seguem as belas coristas da revista de sucesso no Politeama em 1918. Chamava-se salada russa. Nada como um harém particular, sem cortes e distintamente vestidas.

como fazer um presépio



primeiro que tudo temos que estabelecer um plano e definir prioridades.
a primeira prioridade é esperar que seja tempo de fazer um presépio, coisa que deverá acontecer apenas no começo de dezembro, altura de começar a encher de bombons o calendário do advento (que, como se sabe, não pode acontecer com estas temperaturas, ou o chocolate fica intragável)
depois, temos que saber que tipo de presépio pretendemos fazer.

há várias hipoteses possíveis, das quais destaco:

1. presépio vivo
2. presépio de barro
3. presépio de plástico
4. presépio de papel

o presépio vivo:

este é o mais valioso, mas seguramente o que exige mais orçamento.
partindo do princípio que temos um local suficientemente amplo para acomodar as figuras, temos que partir à procura das ditas.
burros e vacas é o que mais há e por isso não há que temer.
a dificuldade estará na escolha.
igualmente a escolha do menino não se afigura problemática, sendo que deverá ter alguns cuidados:
atendendo a que, actualmente, pode ser perigoso aliciar uma criança para um papel onde estará praticamente nua e exposta à curiosidade de adultos e às agruras atmosféricas, o melhor é contratar um modelo do tamanho do antónio vitorino ou do marques mendes (este provavelmente mais económico...).


a questão mais complicada mesmo vai ser encontrar uma virgem.
está bem que no presépio original a virgem não era, tecnicamente, virgem (estatuto que, como sabem, só atingiu postumamente e com efeitos retroactivos em éfeso), mas seguramente hoje é bem mais difícil encontrar uma virgem do que no século 5 lá pela turquia.
assim, ou a coisa é feita com uma senhora que do ponto de vista estético deixa bastante a desejar, ou então recorremos ao reconhecimento honoris causa para o estatuto de virgindade.
optemos pela segunda hipótese, a bem da sanidade visual.

a colocação dos figurantes no espaço poderá ser a tradicional:
anão à frente em cima das palhas; a virgem honoris causa e o coitado imediatamente atrás com ar enlevado, e, ao fundo, levemente na diagonal a vaca e o burro, que como sabemos, são os mais fácil de obter.

o cenário pode ser encomendado a uma qualquer empresa especializada em montagens de bares temáticos.

nos próximos dias falaremos dos outros modelos de presépio, se entretanto não for excomungado

30 de outubro de 2007

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A única imagem de sedução permitida ao Vicente é esta:)
Et voilá!

(postalinho cá de casa, datado de 1916)

Está a chegar o São Martinho!











Estamos quase lá. Estes são os de 1918 na Régua.

Clicar para ampliar
Querido amigo Réprobo:

Aqui segue uma cartinha de agradecimento adequada aos seus presentes:




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Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim"
Chico Buarque "Geni e o Zepelin

O Graf Zeppelin pairava sobre o Porto e dele saíu uma máquina fotográfica em vez de um canhão. Mas é impossível não recordar esta canção do Chico quando se fala nestas aeronaves.

marianne faithfull, why'd ya do it? (ou como começar o dia com força)

why'd ya do it?

when I stole a twig from our little nest
and gave it to a bird with nothing in her beak,
i had my balls and my brains put into a vice
and twisted around for a whole fucking week.
whyd ya do it, she said, whyd you let that trash
get a hold of your cock, get stoned on my hash ?

whyd ya do it she said, whyd you let her suck your cock ?
oh, do me a favour, dont put me in the dark.
whyd ya do it, she said, theyre mine all your jewels,
you just tied me to the mast of the ship of fools.

whyd ya do it, she said, when you know it makes me sore,
cause she had cobwebs up her fanny and I believe in giving to the poor.
whyd ya do it, she said, whyd you spit on my snatch ?
are we out of love now, is this just a bad patch ?

whyd ya do it, she said, whyd you do what you did ?
you drove my ego to a really bad skid.

whyd you do it, she said, aint nothing to laugh,
you just tore all our kisses right in half!

whyd ya do it, she said, whyd ya do what you did,
betray my little oyster for such a low bitch.

whyd ya do it, she said, whyd you do what you did ?
you drove my ego to a really bad skid.

whyd ya do it, she screamed, after all weve said
every time I see your dick I see her cunt in my bed.

the whole room was swirling,
her lips were still curling.

whyd ya do it, she said, whyd you do what you did
whyd ya do it, she said, whyd you do what you did
whyd ya do it, she said, whyd ya do it, she said,
whyd you do what you did ?

oh, big grey mother, I love you forever
with your barbed wire pussy and your good and bad weather.
whyd ya do it, she said, whyd you do what you did ...

ah, I feel better now.

29 de outubro de 2007

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Tentei ajeitar o Vicente com esta écharpe lustrosa, mas ele recusou-se a colaborar. Ficou com este ar de amuado que se apresenta e comunicou-me que informasse este gato daqui
do seguinte:
Gato que é animal composto não usa ornamentos ao pescoço.
E pronto. O Vicente manda. E agora?


Este era o programa para Lisboa de cinema, em Outubro de 1938.

Muitos destes espaços já desapareceram.
Pamplinas, os Fidalgos da Casa Mourisca, Maria Walewska, A canção da terra eram os filmes exibidos. Se eu tivesse que escolher daria um saltinho ao salão Paris,
Clicar na imagem para a ampliar e escolher qual o filme favorito

28 de outubro de 2007

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Conta  o tio  Tintin,carioca de nascimento,  à querida mamãe  em 1913:
"Ontem fômos ao concurso hípico, que esteve bom e depois fomos ao Apollo ver a Mão Misteryosa que não presta para nada.  Logo vamos à tourada  ao Campo Pequeno ver o Bonbita (?) À noite há fogo no rio."
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Para juntar mais um gatinho aos instalados nos sapatos do querido amigo do lado.
Este é branco e fica bonito de laço (azul!). Nunca se viu um gato de gravata, aliás!

Cuidado com o Carlos Pereira!

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Reporter X, Junho de 1932

27 de outubro de 2007

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Outro postal de namoro dos meus avós maternos. Ele assina M e a data é 7 de Junho de 1916. Chegou a Esposende a 8 de Junho.
O postal foi comprado na Papelaria da Moda em Lisboa.
Namoros sem telefone e sem internet. Mas a paixão está toda presente na imagem e na inicial M, porque nada mais está escrito. Restam as entrelinhas.

26 de outubro de 2007

Um maravilhoso blogue que descobri acidentalmente: http://paralersemolhar.blogspot.com/
E muito especialmente este verbete, que indica outros excelentes blogues: http://paralersemolhar.blogspot.com/2007/09/hora-de-indicar-bons-blogs.html.
Regozijemo-nos por tão boa escrita em português.

porque não se aplica aos nossos académicos o princípio de 'entrar por um ouvido e sair pelo outro'?

porque o som não se propaga no vácuo....

a acefalia 'académica' continua a produzir efeitos.


não sei, em rigor, o que se passa com o cérebro dos nossos estudantes universitários.
se simplesmente o perderem no meio das cadelas que heroicamente apanham nas quintas-feiras negras em que saem para a rua com umas vestes patéticas, ou se faz parte do programa das semana académicas a excisão da massa encefálica.

não sei.

reconheço a minha impotência para perceber a pandemia que ataca a juventude portuguesa após a sua admissão na universidade.
parece que foram tomados pelo gene de um australopithecus afarensis, do sub grupo academicus.
não estamos a falar de anormalidades do estilo 'efe-erre-á' ou das 'mulheres gordas'.
para isso o tratamento é igual à doença zé cabra, josé cid ou delfins: tapa-se os ouvidos e olha-se para o lado contrário.

o que estamos a falar agora e de 200 bestas matriculadas nas universidades do minho e do porto que se envolveram em confrontos que acabaram com matracas e gás pimenta.
pelo meio, a polícia teve que intervir para salvar 8 caloiros da universidade do minho que estavam refugiados numa oficina para fugir à praxe medieval académica.

os organizadores deste festim bárbaro comentaram que a polícia avaliou mal a situação e que tudo era um mero episódio de praxe.

o que falta para que as associações de estudantes tenham o mesmo tratamento que as claques de futebol?
o que falta para que passem a andar em bando com escolta policial por onde se deslocam e com acompanhamento até á saida das cidades que invadem?

o que falta para que os seus dirigentes sejam responsabilizados e incriminados judicialmente?

um morto?

lizz wright, stop

lizz wright é 'apenas' umas das melhores vozes femininas da área dos blues/soul/jazz.
este 'stop', já cantado por utras madonnas é um dos melhores exemplos da excelência da sua voz.

deliciem-se.

don´t tell me to stop
tell the rain not to drop
tell the wind not to blow
because you said so

tell me love is not true
it´s just something we do
tell me everything i´m not
but don´t tell me to stop

tell the sun not to shine
not to get up this time
let it fall by the way
leave me here, where i lay

tell the leaves not to turn
but don´t tell me i´ll learn
take the black off a crow
but don´t tell me to go

tell the bed not to lay
like the mouth of a grave
not to stare up at me
like a calf on its knees

keep on telling me love isn't true
it's just something we do
tell me everything that i'm not
but don't tell me to stop

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25 de outubro de 2007

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O postal parece datado de 1915 salvo erro. A escrita do meu tio avô era muito emaranhada.
Mas está aqui a Praça, à larga, espraia-se pelo horizonte. A cor real ignoro.
Mas a beleza mantém-se.
(embora eu odeie touradas.)

Susexo!

o filme Corrupção vai ser um sucesso cinematográfico!

pelo menos, publicidade não lhe tem faltado... & público com vontade de perceber porque é que há 20 e tal anos os clubes da 2ª circular não dominam o futebol luso é o que não falta por aí. 6 milhões de um lado da estrada, mais 4 milhões e tal do outro lado... são muitos milhões para encher as 55 salas onde o filme vai estrear!

se no caso do padre amaro existia a Soraia...



desta vez há a Margarida...



tudo ingredientes para fazer deste filme sem realizador um novo sucesso do cinema português!

24 de outubro de 2007

bernice johnson reagon, will the circle be unbroken

bernice johnson é uma das fundadoras e principais animadoras das espantosas 'sweet honey in rock'.
poucas mulheres são capazes de produzir tantos heargasms...
aqui num programa de televisão com pete seeger e jean ritchie.

(a conferir com a excelente versão de bruce springsteen no recente 'the seeger sessions'

A face da morte

Bonita, não é?

uma chinatown para a indústria têxtil !!

é da teoria (e da práctica) que não há pior inimigo dos trabalhadores do que aqueles que, fingindo-se seus amigos e actuando no seu meio, os atraiçoam.

dito de outro modo, pior que a direita trauliteira, o grande inimigo dos trabalhadores são aqueles que, falando em seu nome e autodenominando-se 'socialistas' e outros adjectivos parecidos, se comportam, na prática, como essa direita ultramontana jamais teria coragem de o fazer.

a politica do actual governo tem dado às associações patronais a coragem para propor medidas que jamais esperariam ter.
depois de há uns meses o conjunto das associações patronais ter proposto, entre outras pérolas, o despedimento com justa causa por razões ideológicas (argumento melhor explicado pelo 'patrão' dos 'agricultores', joão machado, que afirmava a um jornal: 'se um trabalhador se pode despedir quando quer, porque razão um patrão não pode despedir o trabalhador quando quer?'), vêm agora os patrões da indústria têxtil propor mais uma série de medidas exemplares:

1. impedir o aumento do salário mínimo nacional para 500 euros até 2011, alegando que se tornam incompetitivos (em espanha será de 800 na mesma data e no resto da europa central e ocidental bem superior e a indústria têxtil, e as outras, de lá sobrevivem)
2. reduzir o número de feriados (portugal, ao contrário do que muitas vezes se afirma, é dos paises europeus com menos dias de feriados e dias de descanso generalizados, mesmo que não oficialmente feriados).
3. isenção dos descontos para a segurança social das horas de trabalho suplementar, impedindo assim os trabalhadores de terem as naturais contrapartidas do trabalho efectuado e permitindo que os patrões passem a pagar menos por salários base, já que o trabalho suplementar lhes fica mais barato.
4. redução do número de vencimentos, dos actuais 14, para 12.

'são medidas necessárias', confirmava daniel bessa, ex-ministro socialista de um governo de guterres., que afirmava que o aumento dos salários reais tinha provocado um encarecimento dos produtos portugueses.
nem mesmo a direita mais reaccionária e obtusa tem lata para afirmar que houve aumento dos salários reais.
mas um ex-ministro socialista tem lata, e muita.
não tem é vergonha.

faltará pouco para defenderem uma chinatown (nos salários e direitos) para a indústria têxtil

23 de outubro de 2007

leve uma PMS para casa, se quer ter um fim de dia infernal

-'querida, comprei uma pms !'
-'meu anormal, todos os meses tenho uma de borla. dispenso-ta de bom grado'



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há uns tempos que ando a ouvir, com uma insistência arrepiante o que achava ser o último anúncio possivel.
algo que jamais achei que alguém teria coragem de colocar como nome comercial do que quer que fosse que não se destinasse a produzir arrepios e pesadelos em qualquer mortal.

quem não fica tentado quando escuta alguém a dizer: 'pms, take me home'

levar a pms para casa???
mas eu já não tenho problemas que cheguem???

quem foi o idiota do criativo que inventou esta marca?
e o anormal do cliente que a aceitou?

estava tudo bêbado naquele dia?

Fraco mas forte

Nada na mão
algo na v'rilha
remancho as noites
e troto os dias
entre tabaco
viris bebidas
fraco mas forte
de muitas vidas
(que eu já dormi
co'as duas mães
e as duas filhas
que vão à missa
com três mantilhas)

Nada na mão
algo na v'rilha
sofro comigo
luta intestina
(ao bem ao mal
a mesma alpista)
bebo contigo
cerveja uísqui
p'ra que se veja
mais rubra a crista

Nada na mão
algo na v'rilha
encontro a morte
no meio da vida
morte bonita
nada aflita
(ou é da minha
tão fraca vista?)
e tenho sorte

Nada na mão
algo na v'rilha
invisto contra
o zero puro
da minha vida

e duro, duro!

souad massi, a contadora de histórias

já há uns tempos aqui tinha falado desta cantora argelina, mais conhecida em frança que na sua argélia natal, e da paixão por ela logo ao primeiro disco que lhe conheci, raoui, e desta brilhante canção que dá o nome ao disco.

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souad massi é daquelas cantoras que apetece ouvir em 'repeat'.
corajosa nas posições, forte nas convicções, deliciosa a cantar, souad massi descobriu recentemente o fado. esperemos para ouvir o que essa nova paixão pode fazer à sua música.

souad massi, raoui

traduzido aqui (onde podem ou-ver outro clip)

souad massi - storyteller


oh storyteller tell us a story
make it a tale
tell me about the people of old
tell me about 1001 nights
and about lunja daughter of the ghoul
and about the son of the sultan

i'm about to tell a story
we'll be far from this world
i'm about to tell a story
everyone of us has a story in his heart

narrate and forget we're adults
in your mind we're young
tell us about heaven and hell
about the bird that never flew in his life
make us understand the meaning of the world

oh storyteller tell it just as they told you
don't add anything, don't leave anything out
we could see into your mind
narrate to make us forget this time
leave us at once upon a time



22 de outubro de 2007

Acho que o Carlos vai gostar deste blogue: Raízes e Antenas

O livro do avô

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Veio-me parar às mãos assim sem aviso. Não o escolhi propriamente, foi daqueles livros familiares, que eu e os meus irmãos repartimos. Em todo o caso fez-se a caminho e chegou cá a casa. Ontem e também casualmente veio-me parar às mãos. Comecei a lê-lo e gostei tanto que ainda não o larguei.

Digitalizei-vos uma parte da história do campo de touros do
Campo de Santana.
Há assim livros que nos seduzem. sem marcarem hora.
Gosto desta prosa rica e envolvente. Agora terei que ir googlar o dito cujo conde.

Clicar na imagem para conseguir ler.

dedicao ao senhor james senil watson

ao senhor james watson, nobel, senil, racista e com falta de espinha, dedico esta pequena pérola de alguém que nunca o serviu num restaurante nem foi sua criada:

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rokia traoré, m'bifo
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Para o vizinho aqui do lado e por falar em água,

"Sempre que os sinos tangiam a rebate, anunciando aterradoramente o início de um incêndio, os soldados dos regimentos do Cais ou de Âlcantara montavam a cavalo e seguiam para o Terreiro do Paço dando pranchadas em quantos homens encontravam pelas ruas em véstia ou em capote, mesmo bem trajados, levando-os à sua frente para auxiliarem os trabalhos de extinção.
No Terreiro do Paço - onde estavam armadas as louceiras - tomavam conta de todo o vasilhame de barro, entregando-o depois ao povo que o conduzia para os chafarizes mais próximos. (...)
Conta-nos Francisco Coelho de Figueiredo que as louceiras se erguiam imediatamente gritando que não lhes tirassem as quartas nem quebrassem a louça. Nada mais natural. Mas o povo não as ouvia e, muito menos, lhes respeitava os clamores a soldadesca ignara(...) era vulgar ainda, segundo o mesmo escritor, suceder casos de suborno no momento em que os soldados obrigavam o povo a segui-los para os trabalhos violentos de extinção de labaredas e da condução das quartas. Alguns dos apanhados , os mais snobs e comodistas, tentavam escapulir-se, fugindo ou escondendo-se, e aquele que não o podia conseguir procurava safar-se a troco de alguns vinténs que oferecia aos soldados a quem se devia um ano de soldo e muitos de fardamento.

A resposta era logo pronta: bota na bota."

in Lisboa e os seus serviços de Incêndio, Ferreira de Andrade

21 de outubro de 2007

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Transcrevo do postal datado de 20 de Novembro de 1907 e dirigido à minha avó por um tio:
Então não tens pena desses gatinhos , tão chorosos e cheios de frio?
Olha como teem o nariz vermelhinho, coitadinhos.

Dá-lhes umas sopas de leite!

Este bonézinho branco ficaria muito bem ao amigo réprobo:)

2 de Janeiro de 1910

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Força de 6 cavalos contra um carro eléctrico. Espera-se que não estivesse ninguém na Havanesa.


Gosto de desfolhar agendas e encontrar anotações. Quem seria este Manoel? Seria a data de aniversário?
Comprei esta agenda há muitos anos na Feira da Ladra. Nunca deixo de a reler sem pensar nos seus antigos proprietários. Infelizmente estes foram parcos a preenchê-la. Apenas esta anotação e algumas caricaturas.
Talvez fosse uma agenda masculina. Ou de uma mulher reservada. Ai os preconceitos...

Clicar na imagem para ver.

20 de outubro de 2007

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Pois é,em 1910 era fácil ser-se poupado. Nem era preciso apanhar água da chuva para sobreviver como fazem alguns actualmente.
Bons ares no Campo Grande é que rareiam. Procure-se porém algum descendente do Senhor Amaro dos Santos e talvez a coisa se remedeie.

As palavras são como as amoras


Olho para algumas das minhas Lessing e não resisto a fotografá-las:

Penso ainda nas que me faltam adquirir e nas que preciso de emprestar.

Gatos pessoas e fotografias

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Acho que encontrei aqui o que queria. Entre o expositor da loja Gato Preto, fotografada por Benoliel no princípio do século XX, numa Lisboa cheia de espaço. Preto e branco pode também ser a realidade.

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Ou nesta espantosa fotografia de Helena Corrêa de Barros, tirada entre os anos 50 e 60. O gato que vigia os retratados e o fotógrafo. Usará uma gravatinha comme il faut?
Não posso porém deixar de me envolver com este mosaico de gentes diversas.

Gato, parede, grades e fotografias. Gosto desta composição. Pena não ter uma máquina como esta, para fotografar o caro vizinho. Fernando Martinez Pozal não deixou escapar este momento. Fez bem. Corria o ano de 1948.

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Fotos: cortesia do Arquivo Municipal de Lisboa

Adereços

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Para abastecer esse nosso amigo do lado de mais alguns adereços. Mas não é só isto.

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In Almanaque Palhares 1910

19 de outubro de 2007

Curiosity Killed The Cat - Misfit

Relembrar a banda, Curiosity Killed the Cat, mas evidenciar também o filho de Sérgio Varella Cid, Nicholas Simon Compton.
Um português. Como nós.

Serge Reggiani - Shara

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Les yeux cernés
Par les années
Par les amours
Au jour le jour
La bouche usée
Par les baisers
Trop souvent, mais
Trop mal donnés
Le teint blafard
Malgré le fard
Plus pâle qu'une
Tâche de lune

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Les seins si lourds
De trop d'amour
Ne portent pas
Le nom d'appas
Le corps lassé
Trop caressé
Trop souvent, mais
Trop mal aimé
Le dos vouté
Semble porter
Des souvenirs
Qu'elle a dû fuir

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Ne riez pas
N'y touchez pas
Gardez vos larmes
Et vos sarcasmes
Lorsque la nuit
Nous réunit
Son corps, ses mains
S'offrent aux miens
Et c'est son cœur
Couvert de pleurs
Et de blessures
Qui me rassure

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Talvez que dada a incompetência destes preços o amigo Réprobo possa mudar a foto da gravata...
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Quanto ao gato preto, ele corre:) A ver o que ele encontra. Será uma gravata azul?

17 de outubro de 2007

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Para o amigo desvalido : Pedicuro não sei, mas este sabonete ajudaria os seus fatigados pézinhos:)

Paulo Autran - 07/09/1922-12/10/2007




O teatro em português perdeu uma das suas vozes grandes. Cá, pelos vistos, ninguém ligou muito ao facto - aqui muito pouco do grande teatro brasileiro chega, para além de algumas comédias, mais a voragem telenoveleira. E é pena. Todos - portugueses e brasileiros - teríamos tanto a ganhar com isso...

16 de outubro de 2007

Etiquetas

Não ponho etiquetas nos meus post's porque considero ofensivo que uma pessoa que clique numa delas seja obrigado a reler os textos que aqui coloco.

Sou consciente. E adoro Portugal.

Viva o nosso país. Viva o Sócrates. Vivam os outros também.
Viva todos os estilos de vida menos aqueles que fazem com que eu chegue atrasado aos locais onde tenho de ir só porque pelo caminho apanhei uma fila de trânsito.
Viva o senso comum e a globalização.
Viva a globalização do aquecimento global porque pode ser que não passe os Invernos com pingo no nariz.
Viva os cafés onde ainda não nos cortam as bolas com creme ao meio.

Viva _______________________________________________
(preencher com letra de imprensa)

Conversas

Depois de ter lido aqui algumas conversas, até com uma certa e determinada piada, ouvidas em locais públicos, não podia deixar de colocar uma dessas conversas engraçadíssimas com que fui presenteado hoje.

Levantava eu alguns euros (20... para os mais curiosos) num ATM, junto ao Teatro da Trindade (sim, era eu com a camisa cor-de-rosa... e isso em nada afecta a minha masculinidade... nem sequer significa que sinta algum afecto por um tal clube de futebol... eu sei que isto da camisa cor-de-rosa é irrelevante para a história mas pareceu-me interessante encaixar aqui uma pequena distracção de modo a obrigar as pessoas que tiverem pachorra para ler isto a ter de voltar atrás para se lembrarem do que se fala neste post depois deste parentesis aqui >), quando passou por mim um senhor de idade, apressado e cheio de sacos nas mãos.
Só o ouvi dizer:
"Cambada de chulos da Santa Casa".
Não houve resposta! Ele ia sozinho...

Não é grande coisa mas também não foi um post assim tão mau!

o surrealismo em congresso

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por estes dias vai estar reunido em pequim o 17º congresso do partido 'comunista' da china.
2237 delegados irão participar no mais importante happening surrealista da história da política.
depois de trocarem o marxismo-leninismo pelo 'socialismo com características chinesas' originado pela 'teoria teng chiao ping', aparecem-nos agora com o 'olhar científico sobre o desenvolvimento' e a cereja em cima do bolo: a 'sociedade moderadamente próspera' (um mimo ao alcance de poucos...). e para que não haja dúvidas, o líder hu jintao proclama o fim da luta de classes.
isso mesmo: acaba a luta de classes, disse o senhor que dirige o partido que surrealisticamente ostenta o nome de comunista.

mao tsé tung deve estar às voltas no corpo embalsamado..

ou como diriam os anarquistas no maio de 68, a china 'vai de mao a piao....'

Bolas de sabão


Estava eu à volta duma máquina de bolas de sabão. Despejei o recheio muito amarelado, lavei bem e pus sabão a sério e biológico. Tudo isto para fazer festança de bolas com a sobrinha pequenita, sem fazer mal a nada. Testei antes e acho que me entusiasmei.
Tocam à porta. O senhor electricista que fez o favor de vir ver o que eram os meus curto circuitos.
Olhou suspeitosamente. Ainda havia espuma e talvez umas bolas. E eu tinha as mãos ensaboadas.
Hum.
Declarou o óbito duma ventoinha e disse que tudo estava bem.
Posso continuar a brincar pois então. O que terá ficado a pensar duma senhora da minha idade a brincar às bolas de sabão?

15 de outubro de 2007

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Abifar, abafar e avinhar diziam os avós na panaceia anti-gripal. No caso, acrescentaria advertir ao viajar e reconhecer o mexilhão ! Passaportes para arejar ! Com disposição para tudo e com bons fígados:) E agora ?

Histogenol é que é!



Pois é um descaramento, pessoas tão jovens como o vizinho do lado acharem longo um percurso que se faz nuns 20 minutos! Logo, especulo se o caro amigo não necessitará dum revigorante e potente elixir! Clicar na imagem por favor, para ampliar e apreciar os verdadeiros milagres que este frasquinho lhe proporcionará!
Mais ainda, terá como bónus aquele ar de proletário republicano imprescindível, a quem quer ousar a dita avenida:)

Champion Jack Dupree

What you say woman? Yeees, I've been drinking!
And I am... drunk again. And open the door and let me in!
I said, let me in!
Yes, I've been drinking gin, yeah, what the hell you gotta do with that, huh?
Woman! Open that damn door and let me in. If you don't open that
door, I'm gonna have to knock it down. But I'm comin' in.
Yes, I've been drinkin' again, yeah, none of your business.
Yeah. Open the door, I'm comin' in
Drunk again
Yes I'm drunk again
Yeas I'm drunk
Woman I'm drunk again
I been out all night long
Baby I been drinkin' gin
Yeah.. wha... what do I care about what the people say next door!
You tell all of 'em over there to do or shake this thing. Or all of them
to go to hell. Go to hell! I'm drunk! That's what I mean! Damn, damn, I'm drunk.
What the people gonna say?
What the people gonna say?
Yeah they talk and they talk every day
Yeah when I get drunk
Woman I wanna have my way
All right now...
Yeess I'm drunk again. And I'm gonna keep on drinkin'.
I ain't gon' never stop. Yes open that door woman, open the door!
Yeah... yeah...
Come home in the mornin', just about half past ten
Come home in the mornin', just about half past ten
You'll be hospital bound woman, if you ax me where I've been
Drunk again
Drunk again
Drunk again
Ooooh I'm drunk again
Yes and I'm good 'n drunk this time woman, open that damn door or
I'll break it in. For I Am Coming In.
Drunk again
Drunk again
Yeah drunk again
Ooh drunk again
Yeah I been out all night long, woman, drinkin' gin
Drunk again!

a pedido de inacio steinhardt, o que este humilde ateu sabe do são romão

há uns tempos postou o desaparecido e saudoso (no sentido de deixar saudades...) gasel um misto de encomendação das almas e esconjuro onde, entre outros, citava o são romão.

questionava agora o nosso visitante inacio steinhardt sobre o conhecimento desta casa sobre as origens destas orações ao dito santo.

sãos romões existem muitos e de várias origens.
os três mais conhecidos são um antigo soldado romano (daí o nome romão) convertido ao cristianismo depois de ter participado na prisão dum são lourenço (membro importante da igreja de roma) que, em consequência dessa sua conversão foi decapitado.
um francês, 'romanus de cenomanos', familiar de são julião, eremita e fundador uma ordem de coveiros (ao tempo, o século 4, era uma obra bastante benemérita já que ninguém enterrava de livre vontade os mortos).
e um adorado pela igreja ortodoxa russa que glorifica um são romão das zonas de constantinopla.
existe também (pelo menos) mais um são romão dado a escutar fiéis em confissão, sendo famoso pela benovolência das penitências).

como acontece com muitos santos com nomes comuns, a sua adoração mistura as qualidades e as lendas que cada um deles e o seu conjunto foram carregando ao longo do tempo.

assim, o facto de um ter sido 'coveiro', levou a que imensas igrejas que tenham sido construidas sobre antigas necrópoles e cemitérios portem o seu nome como padroeiro.
igualmente o seu culto como protector da raiva e outras doenças mortais originadas por dentadas de animais leva a concluir ter a sua origem neste monge coveiro.
o francês, benevolente confessor, poderá estar na origem da sua inclusão nas orações de salvação ou nos esconjuros.

dizia o gasel no seu post oratório:

encomende-se à luz
e à santa bela cruz
e ao reino da verdade
e à santissima trindade,
e ao divino s. romão
que tem a cabeça em rão
e os pés em portugal.
que deus o queira livrar
cão danado por danar
homem vivo, mal em perigo
homem morto, mau encontro
santo antónio meu amigo
s. romão seja comigo.


diz a tradição brasileira como ladaínha para livrar das dentadas dos cães:

são romão está em roma
com a cabeça em portugal,
me livre dos condenados
que está por a danar;
homem vivo é mais perigo,
são romão se dai comigo,
mal, amém.

olhando para estas duas orações, verificamos que a origem romana de um dos romões (e o facto de ter sido decapitado) se mistura com a origem francesa de outro ('seus pés estão em rão', significando rouen, a capital da normandia e onde a veneração a são romão é importantíssima)

tal como os santos homonimos se misturam, também as orações se repetem de zona para zona, com ligeiras modificaçoes de pormenor.
num dos 3 esconjuros (contra as trovoadas, contra os maridos transviados e contra os maus encontros) que lopes graça musicou, o dos maus encontros é quase uma cópia destes:

vamos embora à alvinha do dia
a deus me encomendo
e à virgem maria
e à santa bela cruz
que me guarde de cão danado
e por danar
de homem vivo, inimigo
de homem morto, mau encontro
de àguas correntes, fogos ardentes
nosso senhor nos livre das bocas de má gente

o que podemos dizer sobre este santo e sobre estas orações é que:

1. são romões havia muitos
2. cada oração é a mistura de muitas outras, sendo que existem bases comuns e alguma verdade histórica ou mitológica na origem das mesmas.

acredito que o nosso amigo inácio tenha ficado na mesma...
mas é (quase) tudo o que lhe podemos ser úteis.
mas sempre ao dispor no (pouco) que sabemos



Para a T, que tanto gosta do Repórter X.

14 de outubro de 2007

Para quem não gosta de mudanças.
Asseio, ambiente familiar, tratamento de primeira ordem, seriedade severa e conforto íntimo. Chocolate da Versailles ao pequeno almoço. Até tem casamento e baptizado se preciso for.

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O que pode querer mais caro amigo?

Era uma vez o telefone



Vai um bocadinho tarde, as férias já passaram.
Mas é clicar, aumentar a imagem e analisar. O anúncio é de 1932.
Será útil para quem ter alergia a telemóveis:)


Caterpillar



Quando era gajo miúdo tinha o dom de pensar milhares de coisas patetas... de coisas parvas!

Quando ouvia a palavra "Caterpilla" punha-me sempre a imaginar que tipo de homem é que teria uma "Caterpilla". Ora, se a minha era uma simples pila e só dava para fazer chichi, deixava-me pensativo que raio de maravilhas seria possível fazer com uma "Caterpilla". E sempre que ouvia o termo era normal sentir-me um pouco embaraçado por estar no meio de pessoas que falam em "Caterpillas" assim como eu falava de bonecos, desenhos animados e Nestum de Chocolate.

Mas a minha "inteligência" tinha mais traços...

Humor e Amor... Que raio de confusão eu fazia! Ouvia a locutora na televisão dizendo que ia dar o programa de humor com Benny Hill... E a minha mente descodificava... mmm... "programa de amor... deve ter beijos e assim..." E, depois, lá vinha o Benny Hill e trazia com ele uns soutiens...
Durante muito tempo esta confusão reinou na minha cabeça, juntamente com outra...
A fruta era erótica ou exótica? O local paradisíaco para passar férias seria exótico ou erótico?

Coisas de gente parva!...

As mudanças

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E se o amigo PCP precisar de mudar os seus alfarrábios, contacte esta empresa. É eficiente e moderna:)

1932, Reporter X