28 de novembro de 2006

a propósito da morte do cesariny

ontem jantei com um amigo.

falavamos da morte do cesariny
falavamos da falta de assunção das ideias.
do medo de chamar as coisas pelos seus nomes e de assumir o que pensamos.

ele, um antigo 'situacionista', filho ou neto dos dadaístas e dos surrealistas, falava das guerras ideologicas com os marxistas e dos locais onde nos cruzamos há umas dezenas de anos e em que ideologicamente nos combatíamos.
e voltamos a repetir a discusssão a propósito do último grande 'combate' entre os marxistas e os situacionistas, no maio de 68.
falava ele das aulas que hoje estava a dar com base dos textos do vaneigem e da completa surpresa dos putos de hoje sobre aquela forma de abordar a criação artística.
discutíamos o que hoje se fala de marx ou de engels sem se saber uma linha do que eles escreveram (tem-se uma vaga ideia que escreveram umas coisas sobre 'comunismo').
a total vacuidade de pensamento que hoje domina a sociedade.
o medo do afrontamento. a necessidade de permanente de encontrar consensos estéreis. a confusão entre combate de ideias e lutas pessoais.
e, como as conversas que gosto, e que parecem um entroncamento ferroviário onde as linhas de cruzam e se separam e voltam a encontrar para depois se separarem,
foi bom voltar a discutir por ideias assim.

ontem, por causa do cesariny, tive um jantar muito bom

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