15 de março de 2006

AO PANTUFA, AMIGO E COMPANHEIRO FIEL DOS BONS E MAUS DIAS QUE VOARAM

O coração do Pantufa parou de bater no dia 9 de Março, cerca das 17h00. Deixou-nos este grande e dedicado amigo, companheiro de 12 anos. Doze anos de ronrons, de roçar e trepar pelas pernas, de olhos azuis de porcelana, ora interrogadores, ora zangados, ora enlevados, ora turvos de ciume do mano persa Sansão, ora baixos de sono ou de vergonha por alguma maldade, ora feito um novelo, ora eriçado, ora refastelado no sofá, ora aos pés da cama a aquecer os pés ou a pisar ovos, sempre do lado da dona muito amada. Temperamental, sem medo de bicho ou de pessoa. Numa noite de vagabundagem enfrentou, à porta de casa, um buldogue, que bem ladrou, mas não lhe tocou.
Trouxe-o Pedro para a mãe, era ele ainda bébé, um outro bébé. Deixou-nos muitas saudades, a todos, um vazio que só quem perdeu bichos é capaz de compreender. Deixou-nos ainda alguns arranhões, a mim uma cicatriz de 5 centímetros na palma da minha mão direita e imensas saudades. Como todos aqueles que amamos, viverá enquento vivermos. Até um dia destes, Pantufa.

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