31 de janeiro de 2006

por falar em metáforas, ou 'o que não mata, engorda'

o quénia declarou a actual falta de alimentos, devido à falta de chuva no norte do país, como de catástrofe nacional.
segundos os dados oficiais, 4 milhões de cidadãos quenianos não conseguem obter alimentação que lhes permite sobreviver.

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atento a este problema, uma empresa da nova zelândia, produtora dos famosos biscoitos mighty mix, enviou 42 toneladas de 'pó para misturar com água' e assim produzir alimentos para 160 crianças durante 6 meses, segundo os seus cálculos.

até aqui tudo bem.
dirão vocês.

a questão é que,
os famosos biscoitos mighty mix são famosíssimos entre os donos de cães.
o biscoito mighty mix é o biscoito lider em alimentos para animais na nova zelândia.
e o pó que foi enviado para o quénia ia em embalagens que continham no seu experior: 'dog food'

naturalmente, o governo do quénia recusou a oferta dizendo que não poderia entregar às organizações que estão a distribuir os alimentos, porque não é possível entrar comida destinada a cães para o consumo humano e que toda a limentação a entregar terá que respeitar os standards para os fabricantes de alimentação humana.

com a natural sobranceria dos países ricos, o fabricante dos biscoitos para cães diz que o quénia não está em condições de recusar comida para cães para alimentar o seu povo e que além de ser um alimento rico em nutrientes, tem um sabor 'yummy' (para citar a expressão utilizada).

não sei a senhora christine drummond (fundadora da empresa e dadora da mistura alimentar) alimenta os seus filhos com esta mistura tão 'yummy', ou o que diria se o governo da nova zelândia desse alimento para gatos para alimentar o povo mahori, mas o que apetece é mandar a senhora christine alimentar-se a si e à sua familia da sua mistura tão saborosa e mandar para o quénia alimentos para humanos.

eu sei que alimentos, alimentam.
eu sei que o que não mata, engorda.

mas um mais pouco de respeito pelos humanos não ficaria mal

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