26 de março de 2005

Sempre me ri com o escudo, que impedia o céu de cair em cima da cabeça dos gauleses.
Nos últimos anos, rio-me menos. Porque o subsolo de Lisboa assusta-me cada vez mais.
Hoje de escantilhão, ainda a cidade dormia e que bem que ela dorme, fui chamada para um buraco em frente ao CCB. Um carro parou para verem o programa musical da temporada e a calçada abriu-se. Ninguém se magoou, mas o buraco está lá. Um bocadinho de calçada e cimento e um enorme vazio . Uns metros jeitosos.
Qualquer dia andamos em bicos de pés nesta cidade arenosa e imprevisível. Entretanto valha-nos a Senhora de Fátima, que nada deixa de acontecer de muito errado.
A não ser os mortos na estrada. Ontem já eram nove e era o primeiro dia.
Comecei a semana a conviver com cadáveres. Carbonizados.
Teremos que definir e aperfeiçoar estas regras de migrações ciclicas. Porque não se justificam mortes por se irem gozar férias. Falta de precaução, velocidade, mau estado das estradas.
A vida afinal é só uma.
Já sei, já sei, acordei catastrófica. Chegou uma amiga italiana e logo vou jantar com ela. Talvez melhore o nevoeiro da cabeça.
:)

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