27 de janeiro de 2005

vinhas de uma infância
calada, febril,
pincelada a cal.
tudo em ti era estranho –
quando me amavas,
era como se o sumo do rio te escorresse da boca,
xaroposo.
mas o mais estranho
de tudo
era quando eu te olhava
nesses teus olhos azuis
riscado a pássaros:
era como se tudo o que eu soubesse de ti me ardesse no peito,
era como se nada mais houvesse no mundo
para além da lembrança do sol ajustada à tua sombra.


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