24 de agosto de 2004

mais um post abichanado de um tipo que não gosta de cadelas

confesso:
odeio a ideia de ficar bêbado.
odeio a ideia de não ser completamente senhor das minhas capacidades.

mais confesso:
apanhei uma única cadela em toda a minha já longa vida.

esta é a história da minha cadela:

para um adolescente, as noites de natal estão incluídas no capítulo das coisas mais deprimentes do mundo.
já não temos a ilusão do menino jesus a descer pela chaminé e o pai natal não era muito famoso ao tempo da minha adolescência (era ainda apenas uma coisa do norte da europa e dos locais por eles influenciados..)

como era normal na noite de natal na minha família, só se jantava á meia noite o bacalhau cozido com couves e batatas (sem grão, mas com cebola e ovo).

tal como todas as noites, juntavam-se os amigos nos 'quatro-caminhos'.
a diferença é que nessa noite éramos mesmo só nós.
os cafés fechados. ninguém nas ruas.
uma seca.
deviamos falar sobre o último episódio dos monty phyton flying circus, ou qualquer outra coisa parecida, mas igualmente determinante para a paz mundial...

numa dessas secantes noites de natal, estava com o meu amigo paulo braga sentado no muro dos quatro-caminhos, quando somos confrontados com duas meninas que conhecíamos vagamente, que nos convidam para uma festa em casa de uma delas.
que os pais tinham ido passar o natal à (este 'à' é dedicado em exclusivo ao g2... mas é o único. vou continuar a escrever com ´´´´ e não com ````. desculpa) terra. que não estava ninguém. bora lá.. não sejam chatos.
lá fomos.
a festa estava animadíssima com mais um casal de namorados ou lá o que eram...

por uma daquelas razões só explicáveis pela inexplicabilidade de certas coisas, achamos os dois que não estavamos com pachorra para aturar as duas simpáticas meninas e fomos atacar uma garrafa de moscatel.
antes da meia noite, que era hora de estar em casa para a consoada, tínhamos limpo o moscatel, desiludido as meninas, e ganho uma cadela que transportamos carinhosamente para o doce lar.

a família ficou a saber que eu era muito mais conversador que aparentava.
os irmãos ficaram a saber que eu sabia muito mais do que mostrava.
eu não voltei a apanhar nenhuma cadela (acho que as cadelas devem andar á solta, ou que já têm dono)

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