14 de novembro de 2003

A primeira noite

Lá fora as luzes de sódio dão ao nevoeiro uma tonalidade soviética pré-queda do Muro. A uma hora destas só mesmo as empregadas de limpeza que regressam do turno do fim do dia e os cantoneiros da câmara. Enroscado em mantas, ao virar da esquina, está um grupo de ucranianos e afins que a partir das oito da manhã arruma carros. O vinho de hoje não os deverá aquecer o suficiente. É nestas alturas que acho que sou um tipo com sorte.

Noite profunda
O som da água
diz o que penso


(haiku de Goshiko)

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