23 de setembro de 2003

O que eu sou – Um motard numa concentração

O meu baptismo de fogo como motard foi a concentração Faro 2003 do MCF. Fabuloso, uma estreia em grande...
Dou por mim a pensar como pude viver doze anos em Faro e só ter por lá passado uma vez de raspão. Era eu?
Fui-me inscrever na quinta feira e ao chegar entre centenas de veteranos só pensava: “não cair, não cair...”. Sobrevivi.
Dei umas voltas com o pessoal do motoclube e senti o ambiente. Gostei.
Trabalhei no posto médico e tratei queimaduras de escape em miúdas penduras de pernas bonitas. Gostei mais.
No sábado vi os La Frontera, Gary Moore e Da Wiesel, e atafulhei-me de cerveja. Esteve do melhor.
No domingo fui no desfile e ia morrendo assado!

Mas o que me “tocou” foi ver milhares (ou centenas) de pessoas (eu era uma delas) de aspecto estranho, desgrenhados e olheirentos, a dizer muitos palavrões, a beber desalmadamente, a meter umas brocas, como verdadeiros marginais. Mas não são, no domingo à noite arrumam a mota e tiram o colete, na segunda tomam banho, fazem a barba e penteiam-se, vestem um fato. E vão para a escola dar aulas, para o banco negociar acções ou para a padaria fazer pão...
Somos (quase) todos pessoas normais! Ou citando Rilke: “Nada do que é humano me é estranho.”

PP: Estou constipado. Troquei o carro. Começo a ficar preocupado: continua tudo desaparecido. Hoje estranhei não ver carros na rua. O hospital está deserto! Que se passa?

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